sábado, 14 de junho de 2008

Crônica do Prof. Israel

Uma Croniquinha de Lingüística:
(Des) Construções sobre um 1º de Maio
Prof. Israel Fonseca Araújo(*) – fonsecaraujo@bol.com.br


Tenho duas Croniquinhas no prelo, mas devo dar (o que será que o meu amigo JJ dirá disto?) algumas notas sobre esta que ora “estou a escrever”: 1) não sou jornalista e SIM colaborador de jornal; 2) nos textos que tenho publicado esporadicamente aqui e ali, há (sim) erros de digitação e confusões na morfossintaxe, mas foi o “mas” do texto sobre a (TV) Cultura, “Controvérsia”, o meu maior atropelo. Me perdoem, só posso dizer aqui que se trata de um erro no momento dar o contrl+B: e tem a pressa com o tempo nos cybers – o “dindim” anda curto. Pronto, falei; e 3) outro dia, um amigo me disse que não estava entendendo esses meus textos. É possível, até porque em alguns momentos acabo falando numa linguagem mais comum a Professores (as) de Português: perdão de novo. Mas quero falar sobre o que me trouxe a estas escrituras, nesta noite de 1º de maio de 2008 (21:30h ss).
Os textos sempre guardam as marcas de seus momentos de gestação, de criação. E este não pode fugir a essa regra geral. O que quero nesta Croniquinha é monologar com vocês sobre esses chamados “atos públicos”, entendidos (aqui) enquanto momentos de interação sócio-comunicativa que envolvem um pequeno grupo de pessoas num palanque e um “povo” maior na platéia, mais as estratégias, as metodologias, a sedução etc. Ainda hoje pela manhã, fui escutar as falas das pessoas do “Ato Público” gestado e realizado pelos “Movimentos Sociais” – SINTEPP, COLÔNIA DE PESCADORES, ASSOC. DE MORADORES, STTR/IG.-MIRI, mais CÂMARA, ALEPA. As estratégias para atrair e entreter as poucas pessoas presentes àquele mormaço do em frente ao Mercado de Peixe eram as músicas, as marchinhas, a distribuição de brindes e outras. À noite, fui (de passagem) à Praça “Pe. Henrique”, onde se passava evento parecido com o dos “Movimentos” e organizado pela Prefeitura de Igarapé-Miri. As estratégias, parecidas (só parecidas), mas muitas atrações, apresentações, dando a entender que “a competência” desse segundo Ato era bem maior do que a do primeiro aqui citado.
Em ambos, falava-se em homenagear os Trabalhadores e as Trabalhadoras de Igarapé-Miri, sendo que no primeiro faixas cobrando “coisas” do Poder Público Municipal e, no segundo, uma faixa que fazia homenagem aos “Trabalhadores e Trabalhadoras Miriense” (sem s-zinho no “Miriense”). Em termos de invólucros, tudo “mais ou menos”, como diz aquele personagem que tem olho gordo, mas é no Discurso de ambos os “Atos” que quero agora meter o meu nariz, e na Poesia do segundo, também.
No “Ato”da manhã, muitas cobranças ao Governo “Todos Por Igarapé-Miri”, seja à área da Saúde, seja à da Educação, chegando-se mesmo a falar em tentativa de criação de CPI, na Câmara Municipal para apurar possíveis irregularidades no uso dos recursos (GORDOS) dessas áreas. Cobranças por conta da não conclusão do que seria o Asfaltamento da Estrada que nos leva à Vila de Maiauatá (PA-407); por conta de placas com a indicação de “Mais uma obra do Gov. Todos Por Igarapé-Miri”, justamente, onde outro Governo estaria de fato fazendo a Obra; por conta dos atrasos de (apenas) dez, quinze, vinte ou mais dias no pagamento dos Servidores Públicos Municipais do “Miri”, dentre outras. Já no “Ato” da noite, a imagem de uma cidade sem essa de “mais ou menos”, coisa de ótimo pra lá. Não ouve nenhuma referência a nossa situação de (In) Segurança Pública, de não termos mais liberdade para trafegar pelas ruas e avenidas que fazem este nosso Igarapé-Miri, “Caminho de Canoa Pequena”, SIM, pois quando chove um pouco mais, aqui na cidade, só canoas pequenas podem trafegar na rua que passa à frente da Igreja “Betânia”, esquina da Sesquicentenário. A situação sugerida é tão animadora que um material (de excelente acabamento gráfico), por lá distribuído “gratuitamente”, diz que “Governar é, sobretudo, trabalhar o desenvolvimento possibilitando melhorias na qualidade de vida da população”. Nesse sentido, poderíamos falar noutros meios de transporte para os momentos de chuvas mais fortes (?!). O material não traz créditos, mas tem o “Todos Por Igarapé-Miri”, o que lhe dá status de Texto Oficial de nossa Municipalidade.
Porém, foi a Poesia (Poiesis, “criação”, “imaginação”, “linguagem travada”), nesse segundo “Ato”, o que mais me alegrou. Ouvi os nomes das poetizas Cláudia Araújo, Naiara Serrão e Anne Monteiro. Ótimo, Parabéns à Organização, pois a nossa (globalizada) Cultura deve ser valorizada, a Poesia deve ser gritada por todos os cantos para que comecemos a deixar de ser um País de Não-Leitores. Só não entendi porque não se fez referência aos nomes de poetas como este que vos monologa e Antonio Marcos Quaresma Ferreira, que tão bem levou seus “Versos de Açaí” (que só falam do nosso “Miri”) para países da Europa, mas tudo bem: a gente nunca consegue agradar a todo mundo. Os Parabéns ficam mantidos. Mais feliz ainda eu fiquei quando ouvi a colega Anne dizer que um de seus dois livros a serem publicados entre junho em julho deste ano, e aqui no “Miri”, terá o apoio/patrocínio da Prefeitura deste Município. É, sim, (é isso mesmo: não é o nome de “A” ou “B” é só Prefeitura de Igarapé-Miri, só isso). Anne, que há alguns anos saiu daqui para bem levar o nosso nome adiante. Também aplaudo a idéia de tê-la na equipe da Assessoria de Comunicação do Gov. “Todos Por Igarapé-Miri”. Sobre o citado apoio, fiquei muito feliz, pois tenho (com o poeta dos “Versos de Açaí”, Produção “Independente”) a obra “CONTRASTES”, no prelo, quentinha, só de Poemas, para bem colaborar com as Letras deste torrão. É o crescimento da Cultura desta Terra. Os Parabéns ficam mantidos. Até a próxima.

Publicada originalmente no Jornal Miriense, de 05/05/08, p. 8.

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