terça-feira, 14 de outubro de 2008

Considerações Pós(tumas)-5 de Outubro em Igarapé-Miri...


Considerações Pós(tumas)-5 de Outubro em Igarapé-Miri...Contribuições às nossas REFLEXÕES feitas ao longo da Vida Pública

Professor Israel Fonseca Araújo
Em minha “cachola”, há muita coisa a ser dita acerca tanto dos meses que antecederam as Eleições de 5 de outubro de 2008, quanto sobre o depois do dia “D”. Mas por conta de espaço temos de fazer muitos cortes, eleger alguns links e direcionar as considerações. É o que tentarei fazer aqui.
Como trabalho (e milito) na Educação Escolar Pública, esse é meu primeiro foco. Dos Vereadores Eleitos, duas pessoas são professores(as), não mais em atividade: FUXICO (DEM) e CARMOZINHA (PV) – esta, aposentada. Do total de 114 candidatos, encontrei 11 docentes, entre quem ainda labuta e quem já está “descansando” – com inclusão dos supracitados. Somamos os votos depositados a esse total de 11 e, salvo engano, constatei 3.615 votos. Daria para fazer 01. Mas, fiquei “a me perguntar”: qual critério a escolher para empossar essa Autoridade Constituída, caso essas pessoas se unissem em torno de nossa causa e resolvessem nos representar na Câmara (risos!)? A idade? O número de pleitos nos quais concorreu? Seria a Titulação Acadêmica? Bom, neste caso o escolhido (e chamado) seria o Prof. Doutor Paulo Sérgio de A. Correa (UFPA), cujo Currícullum Vitae dispensa apresentações, mas... apenas 61 pessoas votaram nele. 02 ex-secretárias de Educação naquela lista: Conceição Bastos (PP, 446, 27ª) e Mônica Pinheiro (DEM, a mais recente, 163, 49ª). Um professor de vários anos de professorado, Gênesis (PR), com 42 votos e, Patrick (PDT), que também é músico há vários anos, com 27 votos: há quem diga que professor não se elege aqui no “Miri”. Há controvérsias. Mas são muitos os casos desanimadores, entre eles alguns recentes.
Quanto às posturas políticas e ideológicas (e cristãs, para algumas pessoas), já descobrimos quem é quem em muitos casos. Muita coisa escusa, inefável, impossível de se engolida e muitos outros “i” ou “in”. É em momentos como esses que realmente conhecemos algumas pessoas, já que um ato vale mais do que cem mil palavras, não é mesmo? Digo sem medo de me equivocar que alguns conceitos e muitas pregações necessitam de uma revisão bem mais profunda do que aquela que derrubou o trema, via “Novo” Acordo Ortográfica da Língua Portuguesa: certamente nós, mirienses, teremos competência para tal. Mas o Palanque será desmontado em breve (Amém!) e a nossa nada mole vida (por aqui) continuará.
Quanto aos números (pois as pessoas adultas “só” acreditam em números), PINA (PT) venceu com uma diferença de 2.968 votos (15.485 (53,52 %) contra 12.517, da segunda colocada, Dilza Pantoja, PMDB, 43,26 %). Elegeram Vereadores(as): PMDB (03), DEM (02), PV (01), PR (01) e PSB (01), todos da “Unidos por Igarapé-Miri”, e PT (02). Em virtude da Legislação Eleitoral brasileira, para a Vereança (na Proporcional) Maria José Corrêa (PR) foi eleita com 511 (22ª Colocada) e Rufino Leão (PP), com 967 (4º Colocado), ficou eliminado. Haverá certa renovação(?) de 50% na nossa Douta Casa de Leis: saem Danda, Géo, Norma, Amorin e Rufino Leão para as entradas de Elivelto, Santury e Constância (debutantes) e re-entradas de Toninho Quaresma e João do Carmo, que ficaram uma Legislatura “de fora”. Amorin, inclusive, teve para Prefeito redondos 100 votos a menos do que na sua última empreitada para Vereador (1.030-2004, para 930-2008).
A primeira mulher eleita para o “Palacete Senador Garcia” (Dilza Maria Pantoja Corrêa, pelo PFL, atual DEM) não conseguiu se reeleger e cede a vez para um “primeiro homem do povo” (Roberto Pina Oliveira, PT, militante social e carpinteiro naval).
E, quase terminado, deixo três “Boas Novas”: 1) sinceramente espero que certa literatura (com “éle” minúsculo) pare de circular por estas bandas, já que a motivação de sua existência ou desapareceu ou está prestes a desaparecer; 2) desejo que nossos(as) Representantes na Câmara cumpram o papel para o qual foram contratados, cujo Mandato é de seus respectivos Partidos Políticos, que não entrem para a Vereança já em desvio de função e, 3), que seja feita uma Transição de Governo criteriosa, democrática e transparente, com o fito de dar à Comunidade Miriense a certeza de que teremos um Mandato “Com a Força do Povo” e de bem municiar o novo grupo político-administrativo que assumirá o Executivo local, que a convivência pacífica e harmoniosa se instale aqui nestes “Caminhos de Canoa Pequena”. Muitas justas realizações às pessoas eleitas.

Nota: O Povo Miriense estará de Olho bem “Vivo” em vocês, futuras excelências. Bom trabalho!

Da SEDUC-PA e da SEMEC de Igarapé-Miri. Na WEB afolhademaiauata.blogspot.com e/ou (e-mail) fonsecaraujo@bol.com.br. Com a Colaboração de Antonio Marcos Quaresma Ferreira

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Uma Croniquinha de Lingüística

Sobre certas “coisas”, em tempos de Campanha Político-Eleitoralstrong>
Prof. Israel Fonseca Araújo ,
fonsecaraujo@bol.com.br/afolhademaiauata.blogspot.com

Estes tempos de Propaganda Político-Eleitoral são, realmente, no mínimo instigantes. Por, pelo menos, cinco razões, conforme trataremos a seguir. Primeiro, porque continuamos a ver certas candidaturas que beiram à suspeição, haja vista que: qual é a intenção de uma pessoa desconhecida do Povo Miriense, sem nenhum trabalho por este Chão, e que mesmo assim vem empatar nossos lhos e ouvidos com “balelas” que para nós não teriam valor ainda que fôssemos por demais ingênuos(as), coisa que está longe de sermos. São os(as) que caem de pára-quedas, os “Candidatos Doril”, segundo recente definição do editor do Jornal Miriense. Segundo, ainda há quem creia que, para ganhar as Eleições, basta ser selecionado(a) na Convenção Partidária, fazer o Registro da Candidatura, estar com a ficha “limpa”, mandar fazer (muitas) músicas e distribuir coisas, sem nem um papelzinho fotocopiado que seja, contendo suas Propostas, seu Projeto para depois de leito(a), para que saibamos quais são as Metas que essa pessoa perseguiria a partir de 02 de janeiro de 2009, (seja para a Vereança ou para o Palacete “Senador Garcia”). Terceiro, nestas Eleições LULA (Presidente do Brasil) é das pessoas mais disputadas, em Igarapé-Miri, Abaeteuba, Cametá, Belém... Há quem deixe sua imagem em segundo plano e ponha a do Presidente, em primeiro, mostrando (pelo menos) duas coisas: 1ª) LULA está muito “bem na foto” e por isso se tenta tanto atrelar a imagem do homem dos dezenove dedos, lá de Pernambuco, a sua; 2ª) fica parecendo que, com LULA, se faz o Povo esquecer que quem se candidata tem de ter Propostas, Planos, Metas... É bom que não esqueçamos que LULA ajudará, mas não administrará, nem legislará os/nos “vários 1.000” Municípios brasileiros. Quarto: você já observou que umas pessoas/candidatas(os) posam pra foto já “de lado”, como quem já “tá se mandando”? Será que já é um movimento de virar as costas pra quem lhes deu um Voto de Confiança? CUIDADO, eleitor(a), com essas pessoas.
Também, “perambulando” pelas ruas deste “Miri”, tenho lido algumas coisas e ouvido outras, interessantes, senão vejamos a seguir. a) Precisamos ter cuidado com nossas placas, faixas, pois muita gente de fora passa diaria, semanal e/ou mensalmente por nossa Cidade onde, além de toda uma imagem negativa que temos oferecido e que nem o Açaí está conseguindo abafar, fica muito feio escrever o “A” (preposição/artigo) em lugar do “HÁ”, de “haver”, “existir”: vamos vender em bom estado o nosso peixe!; b) algumas letras de Músicas e/ou de Chamadas me chamaram a atenção, pois trabalho diariamente com a Linguagem (e Verbal, sobretudo). i) É o caso de uma candidatura que já fala em “administrar a Câmara” de Igarapé-Miri. Fiquei numa “pequena” dúvida: seria o caso de administrar o Prédio ou de exercer a Presidência daquela Douta Casa de Leis? Caso se trate da segunda hipótese, é muita audácia; se é da primeira, trata-se de uma função, no mínimo, curiosa – alguém tem de dizer a essa pessoa sobre Legislar, Fiscalizar, Representar o Povo; ii) A Chamada de “Jesus”, uma das candidaturas proporcionais deste Pleito, garante que “nesse você pode confiar”, numa nítida referência ao descrédito que repousa sobre a classe política brasileira. Concordo com este respeitado homem, mas fico me perguntando: se em Jesus não pudermos confiar, em quem confiaremos – nós que somos cristãos(as)?; iii) A música que fala “Ei, você aí, me dá um voto aí” parece ser das mais ousadas, diretas: através de uma paráfrase àquela letra de Carnaval, a candidatura pede direta e desinibidamente o Voto de quem quer que seja; iv) Ainda a estratégia furada de algumas pessoas que nem ligam para a nossa população, mas, AGORA e DE REPENTE, se intitulam amigos(as) de nossa Gente, cheias de “Compromisso”, “Competentes”, acenam para todo mundo, falam, cumprimentam...: que é isso, aqui nós temos Memória! O tempo de enganação “em massa” está passando, e vamos trabalhar!; v) Agora, todo mundo é Amigo(a) do Povo e há certa disputa (implícita às falas) para ganhar a corrida pela amizade do Povo, e depois surrupiar seu/meu Voto; vi) Por fim, mas não terminando, meu filho Giovanni, 11, me alerta para o fato de que algumas músicas, até “boas” pra ouvir, foram estragadas por candidaturas, uma vez que, no futuro e ao serem ouvidas, teremos de lembrar das conversas fiadas desta Campanha. Ademais, é a estratégia “X” contra a “Y”, à semelhança de uma disputa entre gladiadores romanos. Juízo, Coerência e Respeito às pessoas a gente tem que ver por aqui.


Prof. de Língua Portuguesa na Rede Pública de Ensino de Ig.-Miri (PA) e da SEDUC-PA.