quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Uma Croniquinha de Lingüística

Sobre certas “coisas”, em tempos de Campanha Político-Eleitoralstrong>
Prof. Israel Fonseca Araújo ,
fonsecaraujo@bol.com.br/afolhademaiauata.blogspot.com

Estes tempos de Propaganda Político-Eleitoral são, realmente, no mínimo instigantes. Por, pelo menos, cinco razões, conforme trataremos a seguir. Primeiro, porque continuamos a ver certas candidaturas que beiram à suspeição, haja vista que: qual é a intenção de uma pessoa desconhecida do Povo Miriense, sem nenhum trabalho por este Chão, e que mesmo assim vem empatar nossos lhos e ouvidos com “balelas” que para nós não teriam valor ainda que fôssemos por demais ingênuos(as), coisa que está longe de sermos. São os(as) que caem de pára-quedas, os “Candidatos Doril”, segundo recente definição do editor do Jornal Miriense. Segundo, ainda há quem creia que, para ganhar as Eleições, basta ser selecionado(a) na Convenção Partidária, fazer o Registro da Candidatura, estar com a ficha “limpa”, mandar fazer (muitas) músicas e distribuir coisas, sem nem um papelzinho fotocopiado que seja, contendo suas Propostas, seu Projeto para depois de leito(a), para que saibamos quais são as Metas que essa pessoa perseguiria a partir de 02 de janeiro de 2009, (seja para a Vereança ou para o Palacete “Senador Garcia”). Terceiro, nestas Eleições LULA (Presidente do Brasil) é das pessoas mais disputadas, em Igarapé-Miri, Abaeteuba, Cametá, Belém... Há quem deixe sua imagem em segundo plano e ponha a do Presidente, em primeiro, mostrando (pelo menos) duas coisas: 1ª) LULA está muito “bem na foto” e por isso se tenta tanto atrelar a imagem do homem dos dezenove dedos, lá de Pernambuco, a sua; 2ª) fica parecendo que, com LULA, se faz o Povo esquecer que quem se candidata tem de ter Propostas, Planos, Metas... É bom que não esqueçamos que LULA ajudará, mas não administrará, nem legislará os/nos “vários 1.000” Municípios brasileiros. Quarto: você já observou que umas pessoas/candidatas(os) posam pra foto já “de lado”, como quem já “tá se mandando”? Será que já é um movimento de virar as costas pra quem lhes deu um Voto de Confiança? CUIDADO, eleitor(a), com essas pessoas.
Também, “perambulando” pelas ruas deste “Miri”, tenho lido algumas coisas e ouvido outras, interessantes, senão vejamos a seguir. a) Precisamos ter cuidado com nossas placas, faixas, pois muita gente de fora passa diaria, semanal e/ou mensalmente por nossa Cidade onde, além de toda uma imagem negativa que temos oferecido e que nem o Açaí está conseguindo abafar, fica muito feio escrever o “A” (preposição/artigo) em lugar do “HÁ”, de “haver”, “existir”: vamos vender em bom estado o nosso peixe!; b) algumas letras de Músicas e/ou de Chamadas me chamaram a atenção, pois trabalho diariamente com a Linguagem (e Verbal, sobretudo). i) É o caso de uma candidatura que já fala em “administrar a Câmara” de Igarapé-Miri. Fiquei numa “pequena” dúvida: seria o caso de administrar o Prédio ou de exercer a Presidência daquela Douta Casa de Leis? Caso se trate da segunda hipótese, é muita audácia; se é da primeira, trata-se de uma função, no mínimo, curiosa – alguém tem de dizer a essa pessoa sobre Legislar, Fiscalizar, Representar o Povo; ii) A Chamada de “Jesus”, uma das candidaturas proporcionais deste Pleito, garante que “nesse você pode confiar”, numa nítida referência ao descrédito que repousa sobre a classe política brasileira. Concordo com este respeitado homem, mas fico me perguntando: se em Jesus não pudermos confiar, em quem confiaremos – nós que somos cristãos(as)?; iii) A música que fala “Ei, você aí, me dá um voto aí” parece ser das mais ousadas, diretas: através de uma paráfrase àquela letra de Carnaval, a candidatura pede direta e desinibidamente o Voto de quem quer que seja; iv) Ainda a estratégia furada de algumas pessoas que nem ligam para a nossa população, mas, AGORA e DE REPENTE, se intitulam amigos(as) de nossa Gente, cheias de “Compromisso”, “Competentes”, acenam para todo mundo, falam, cumprimentam...: que é isso, aqui nós temos Memória! O tempo de enganação “em massa” está passando, e vamos trabalhar!; v) Agora, todo mundo é Amigo(a) do Povo e há certa disputa (implícita às falas) para ganhar a corrida pela amizade do Povo, e depois surrupiar seu/meu Voto; vi) Por fim, mas não terminando, meu filho Giovanni, 11, me alerta para o fato de que algumas músicas, até “boas” pra ouvir, foram estragadas por candidaturas, uma vez que, no futuro e ao serem ouvidas, teremos de lembrar das conversas fiadas desta Campanha. Ademais, é a estratégia “X” contra a “Y”, à semelhança de uma disputa entre gladiadores romanos. Juízo, Coerência e Respeito às pessoas a gente tem que ver por aqui.


Prof. de Língua Portuguesa na Rede Pública de Ensino de Ig.-Miri (PA) e da SEDUC-PA.

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