segunda-feira, 28 de julho de 2008

ALGUNS POEMAS DE ANTONIO MARCOS

QUEM É ANTONIO MARCOS
Antônio Marcos Quaresma Ferreira, filho de Antonio da Costa Ferreira e Maria Raimunda Quaresma Ferreira, nasceu aos 24 de março de 1980 às margens do Rio Mamangalzinho, em frente a Vila Maiauatá (a Veneza da Amazônia), município de Igarapé-Miri, região Baixo–Tocantina, no Pará. Estudou na Escolas: Nossa Senhora de Nazaré, Antonio Lopes da Costa e Dalila Afonso Cunha, tendo concluído o ensino Médio na Escola Ginásio Fernando Ferrari, em Marituba (Região Metropolitana de Belém). Cursou Filosofia Natural pela Organização Internacional Nova Acrópole.Graduou-se em Filosofia Licenciatura Plena / Bacharelado pela na Universidade Federal do Pará. Atual coordenador do GECS [Grupo Ecumênico Salmo 133.].Membro do Grupo de Intercambio da Paróquia de Confissão Luterana em Belém . Na literatura é conhecido em sua região pelos seus folhetos em cordel. Autor de “A Poesia Igarapé-Miri” e “Versos de Açaí.Integra a Associação Artística Ananin (em Ananindeua), participando da 1 Antologia Poética desta entidade, onde atuou também, como radialista durante 2 anos ao lado de J.Anestor e Ivan Costa na apresentação do Programa 5 Carmita Cultural, pela Radio Comunitária FM Cabana. Atualmente dedica-se ao magistério como professor no ensino médio. Colaborador dos Jornais Miriense (de Igarapé-Miri) e Jornal de Ananindeua. É o atual diretor de edição do Jornal Informativo “A folha de Maiauatá”, que tem publicação mensal. Editor do Blog http:// afolhademaiauata.blogspot.com.

e-mail:antoniomarcospoeta@yahoo.com.br

POEMAS REGIONAIS


1 - VERSOS DE AÇAÍ

Moleques de bocas pretas
Correm no meio da mata
Na mata do velho solo
Dos engenhos e da cachaça

Cana hoje já não existe
Hoje a terra é de Açaí
O maior produtor do mundo
É Igarapé-Miri

Cultura que conquistou
O Pará e o Brasil
Ó que fruto tão pai-d’égua
Mais gostoso tu já viu ?

Caboclas com panos nas testas
Com as mãos pretas no alguidal*
Vão amassando e peneirando
O fruto do açaizal

Pra servir como sorvete
Como creme ou picolé
Mas, Para o bom caboclo da região
O “bão” mesmo é o “pirão”
Na hora da refeição!

*Alguidal ou alguidar: recipiente feito de argila usado para extração ou armazenamento de vinho de açaí




2- IGARAPÉ MIRI DE HOJE

Minha Igarapé-Miri
Sede do meu município
Não esqueço jamais de ti
No cais olho teus barcos
Fico a ti contemplar

Lá na praça Padre Henrique
Vejo a beleza do mar
E tomar mingau gostoso
De açaí ou miriti
E a contemplar minha cidade
Minha Igarapé-Miri

Vejo a Igreja de Santana
E o palacete Senador Garcia
O Estádio Municipal
E o “Moca” todos os dias
E o novo Templo Central

Igarapé-Miri de hoje
Terra de Maria e de José
Não esqueço de tua gente
Cheia de fervor e fé
Lá de cima do coreto
Imagem que não esqueço
Da cidade miriense
Do Mindó, do Eládio e Maria José

*MOCA: Mendigo popular no município de Igarapé-Miri.

3- CANÇÃO DA MINHA TERRA

Minha terra tem mangueiras
Tem açaí e taperebá
Tem pupunha de primeira
Tem castanha-do-Pará

Tem pescado, pratiqueira
Tem puraquê e tucunaré
Tem tribos, tem muitas raças
Tem gente de muita fé

Tem pássaro bem-te-vi
Tem curió
Tem maguari
Tem gente que chora e sorri

Minha terra tem mangueiras
Tem açaí e taperebá
Não permita Deus que eu morra
Distante do meu lugar

Distante da minha terra
Distante do meu Pará

4- MEMÓRIA DE IGARAPÉ-MIRI
Assim era meu Miri
Por todos admirados
Chego nem a acreditar
Quando o caso me é contado

Uma terra de leite e mel
Grande produtores de cana
Muitos latifundiários
Velha terra de Sant’Ana

Homens ilustres trilharam
Um caminho que fez historia
Passagem de canoa pequena
Que hoje temos em memória

Orgulho-me dos velhos tempos
Eládio Lobato registrou
E o barão de Igarapé-Miri
Até Belém lhe homenageou


5-MAIAUATÁ
Rio Maiauatá
Tuas águas lançantes
em pleno luar
Conduzem os sonhos
de um ribeirinho
Que ainda cedinho
começa a sonhar...

Acorda menino!
Desata tua rede;
que o dia está por vir!

Deixa de preguiça
te benze logo
e te põe de pé !
toma um gole de café
Vamo’s para o Igarapé
Que é já hora de despescar o matapi! (...)

Um comentário:

  1. Antônio Marcos, a tua poesia confunde-se com a minha história.As minhas raízes estão neste município tão querido.Meus avós (Brígida e Timóteo Calafate) são de Igarapé-Miri(lugar que mana açaí e mel), minha mãe nasceu em Vila Maiuatá (Benita, Bené ou simplesmente filha do "Mestre Timoty").Sou belenense de fato, mas miriense de coração. Sou professora de Língua Portuguesa e peço sua permissão para invadir as salas de aula com sua poesia.
    Um abraço, Berenice Cardoso.

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