sábado, 14 de junho de 2008

POEMAS DO PROF. ISRAEL


Meu amor por “Miri”
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com

A sinfonia dos pássaros
é acalentadora;
a cantiga dos barcos, reveladora;
as ruas nos desassossegam,
mas nosso encanto por ti não fenece;
os teus “destratos” nos desanimam,
porém nosso enlevo só cresce;
é amor incompreendido,
não correspondido, às vezes:
esse nobre sentimento destila
umas sensações dicotômicas.
05/04/06

À moda de Narciso
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com

Enamorei
(ME)
Apaixonei
(ME)
por mim, mesmo!

Encanto de uma só
(VEZ)

Vês, Narciso,
o quanto lutou
para poder cair
de amores
por si mesmo?

Não comigo
Que, auto-enamorado,
Nada pude.

(ME)
Conquistei
E de uma só
(VEZ)

29/05/2008



Sem título
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com

“Não serei o poeta de um mundo caduco”
Não cantarei a insanidade
tanto minha, quanto de tanta gente
Não quero ovacionar a vaidade
de todos nós
e, por que não, de TODAS?
Não aceito fazer a aclamação pública
dos atos da deslimitação egocêntrica
da raça humana
Não admito ter que aplaudir
as bobagens de tanta gente
que tanto se acha
e despreza a sobriedade
em troca de sei o quê.


08/12/2006


PRA TE (DES) ESCREVER

Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com



Às proximidades uma música toca,
sem graça;
à minha frente você passa,
me engraço.

A música não me toca;
por você estou + q’ tocado.

Caminho por meus versos,
mas tropeço nas palavras:
“Ai palavras! Ai palavras!”.

Não quero me perder
_ mas, por ti, já me perdi
(de amores):
só falo aos teus ouvidos
(silêncio!).

Posso até vencer as palavras,
porém a tua saudade
sei que não posso vencer.

Lá fora,
uma música para de tocar.
Consegui vencer algumas palavras
(O silêncio diminuiu),
mas a saudade cresceu.



AMOR E PAIXÃO
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com


O desprazer é um bálsamo
para muitos corações calejados,
mas não é isso o que as almas querem.
Todos querem o Amor correspondido,
motivação e equilíbrio para a felicidade.

Amor é felicidade e fidelidade.
A Paixão é o fogo camoniano.
Ela quer o coração arruinado,
de Renato Russo.

Amor casa mais,
(ou seria casa menos ?)
com a fidelidade de Vinícius de Morais.
Quanto a mim, caso-me mais,
com a esperança
e concubino-me com a determinação.



SIM OU NÃO?
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com



Pare agora onde você está:
não se mexa,
não apresse,
não se avexe,
não se desvaneça,
não se preocupe,
não se perturbe,
não desacredite,
não fique tão triste!
Não se desiluda,
não pare de sonhar,
não deixe de ser você.
Agora,
por tudo o que lhe ainda direi,
diga somente “SIM”.




“PROVÉRBIOS”
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com


Quando sonhamos tornamo-nos sábios
e ao devanear, somos sóbrios.

Quanto mais erguemos os pés
mais nos firmamos em terra.

Não são as metas os nossos alucinógenos,
mas a covardia o que mina o nosso coração.

A vida é triunfo aos fortes
e aos tímidos, pesada cruz.

Ser louco é ser sábio,
e a prudência às vezes agrada.

Sou louco porque te desejo,
mas a prudência ...!



LIÇÃO DE ÁGUIA
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com

A esperança da águia é ver o invisível,
sentir o que está muito distante.

Seu vôo é a própria liberdade,
embebida de um encanto guardado
em seu recôndito instintivo.

Ao alçar seu vôo não sabe o que achará
e é por isso que vai:
para saber o que tem no longínquo.

É fomentado pela curiosidade o seu olhar profícuo.
Sua garra e sua coragem
estão na instintiva razão que carrega.

Como a águia é o homem:
seus horizontes alargam-se ou diminuem
consoante sua ousadia.

Realizar metas requer asas fortes,
garras seguras, olhar certeiro
e coração emotivo-racional.

Entretanto, não raras vezes,
a covardia humana é abominável a uma águia.


A DOR E O JOGO
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com



Que seria a dor?
Uma contraparte que faz o homem,
escravo mandante das sensações,
avançar no afã de obter o alívio.

O estopim que conduz o homem
rumo ao inantingível.
Antes de ser dominado pelo medo
o ser humano está em inércia.

É o medo que nos faz sonhar.
É o receio que nos faz perder ou ganhar.
Perder-ganhar é o tudo de que somos capazes,
audaciosamente,
de fazer na vida.




INFINITIVO SONETADO
Israel Fonseca Araújo – poemeiro@hotmail.com


Escutar além do horizonte,
enxergar o que os ouvidos não podem ver,
acariciar as ilusões da alma
e tatear a sensibilidade do coração.

Despir a verdade que os mentirosos contam,
ladear a ausência de teu corpo,
possuir o que nunca me foi dado
e gozar tudo o que já passou.

Não sofrer por não ter tentado,
nem querer o indesejável
para não devanear.

Não acordar o inegociável,
não macular a santidade do hipócrita
e sair ileso por nada ter feito: eis tudo o que eu queria.

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