I
SERÁ
QUE O PROBLEMA DO BRASIL ESTÁ NA FALTA DE AMOR?
Igarapé-Miri, 11 de janeiro de 2012
Lendo
as páginas do Jornal Diário do Pará da última terça feira 08/01/12 deparei-me |com
um texto no mínimo provocativo. O Texto trazia uma breve abordagem sobre o discurso do Senador petista Eduardo Suplicy
(SP) que ocupando a tribuna parlamentar em dezembro do ano passado defendia a
inclusão da palavra “AMOR” antes do
lema “Ordem e Progresso” na bandeira brasileira, ocasião em que fora
rebatido pelo seu colega de parlamento, o Senador Cristovam Buarque (PDT/DF) que fazendo o discurso de discórdia expressou-se
“ se fossemos fazer uma bandeira para o povo brasileiro, seria preciso tirar
tudo que está escrito, já que dez milhões de brasileiros não sabem ler”.
Fiquei
refletindo sobre durante esta semana sobre o teor das duas arguições e entendi
que é preciso construir o discurso da conciliação entre essas duas falas, afinal é evidente
que o senador Cristovam Buarque que até por ser além de parlamentar também professor é conhecedor da realidade educacional no Brasil e explicitamente quis chamar atenção para o
problema do analfabetismo que bem
sabemos ser ainda um dos grandes problemas sociais no país. É bem verdade que
do ponto de vista econômico já não somos meros coitadinhos, já que iniciamos a
segunda década do milênio ocupando o sexto lugar entre as potencias mundiais e
com previsões bastante otimistas de logo-logo
ultrapassaremos a França e seremos (provavelmente) a 5ª potência mundial.
Todavia quando se fala em desigualdade social, percebe-se sem dificuldade que o
nosso problema está na má distribuição de renda – o que significa que também
uma má distribuição de oportunidades na educação, acesso à cultura, acesso à
saúde, etc. - e pela previsão da UNESCO só 40 anos alcançaremos os números
desejáveis pela organização.
Podemos
até nos entusiasmar de que com a efetivação do Plano Nacional de Educação – PNE
é possível que os tais números desejados sejam alcançados até antes, mas é bom
não nos iludirmos tanto, pois as melhorias na educação brasileira estão sendo
conquistadas a passos de tartarugas. E com a “cambada” de políticos
descomprometidos e desqualificados que ocupam desde as cadeiras das câmaras municipais
aos mais altos cargos do poder, não dá pra confiar que educação está sendo
olhada como prioridade.
Por
fim é evidente que o discurso de Cristovam Buarque faz muito sentido, no
entanto não dar pra ignorar o discurso do Senador Suplicy, afinal se houvesse
mais amor em nosso país, haveria mais investimentos em educação, cultura, saúde,
esporte... E portando mais oportunidade a todos, enfim seriamos um país menos
desigual.
Prof. Antônio Marcos Ferreira