Igarapé-Miri, 18 de
janeiro de 2012
A GUERRA DE
TRÓIA E PREPOTÊNCIA DE AGAMENON¹
Antônio Marcos Ferreira*
Nesta semana, aproveitando um pouco do recesso do
meu trabalho - em sala de aula, tive vontade de assisti novamente um filme que
considero ser uma das mais brilhantes sagas do cinema mundial, o que o fiz na
terça feira 14/01. Trata-se do filme TRÓIA do
diretor americano Wolfgang
Petersen. Esse filme como quase todos sabem narra a epopéia dos gregos até a mitologia cidade de Tróia afim de reaver a bela Helena,
a esposa de Menelau que havia sido “raptada” pelo príncipe troiano Páris, filho
do Rei Príamo.
Na verdade existem certos detalhes que nem todos
conseguem enxergar nessa história, como por exemplo, a astúcia e prepotência de
Agamenon, o qual se aproveitando da paixão do irmão traído teria forjado um
discurso da compaixão, para aproveitar a oportunidade de ir em busca de seu
antigo sonho: conquistar a fortificada e
rica cidade de Tróia.
Agamenon é um aloprado, mais que apesar de sua
ganância sabia que sozinho não poderia chegar onde queria, por isso tem
paciência de esperar o momento certo para agir. E quando recebe a notícia do
que ocorrera a Menelau, apresenta seu
falso “ombro amigo” , colocando-se a disposição para aquilo que fosse necessário.
Agamenon consegue implantar inclusive uma pseudo-justificativa “coletiva”,
alegando que não só Menelau fora
ofendido, mas honra grega. Assim consegue juntar todos os lideres da redondeza encabeçar
em uma marcha naval rumo à cidade de Tróia. E com apoio de brilhantes
guerreiros e estrategistas como Aquiles e Odisseu tem a seu favor toda a estrutura
que precisava para alcançar o seu objetivo particular.
Talvez existam muitos “Agamenons”
por aí, aproveitando-se da impotência e da dificuldade de alguém (ou de algum povo) para implantar seus planos de poder. Sendo necessário ficarmos de olhos bem abertos, pois em uma sociedade
democrática precisamos sim legitimar e respeitar as decisões legais (ainda que
moralmente não concordemos com nenhuma das prática), mas não ninguém é obrigado
a aplaudir o espetáculo da barbárie.
¹Texto
lido na Abertura do Programa Remanço do
Incam (Rádio Natureza FM 87,9) em 19 de janeiro de 2013
* Graduado em Filosofia
(Licenciatura Plena/Bacharelado) – UFPa, Acadêmico do Curso de Administração
Pública UAB/UFPa, Professor de Filosofia na Rede Estadual – SEDUC/Pa,
Coordenador do Núcleo de Cultura e Educação Popular do INCAM, Presidente do COMCIM
_ Conselho Municipal de Cultura de Igarapé-Miri. Possui alguns trabalhos publicados.
Disponível também no
blog:www.afolhademaiauata.blogspot.com