sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O PROBLEMA DO BRASIL


I
 SERÁ QUE O PROBLEMA DO BRASIL ESTÁ NA FALTA DE AMOR?

Igarapé-Miri, 11 de janeiro de 2012


Lendo as páginas do Jornal Diário do Pará da última terça feira 08/01/12 deparei-me |com um texto no mínimo provocativo. O Texto trazia uma breve abordagem sobre o  discurso do Senador petista Eduardo Suplicy (SP) que ocupando a tribuna parlamentar em dezembro do ano passado defendia a inclusão da palavra “AMOR” antes do lema “Ordem e Progresso”  na bandeira brasileira, ocasião em que fora rebatido pelo seu colega de parlamento, o Senador Cristovam Buarque  (PDT/DF) que fazendo o discurso de discórdia expressou-se “ se fossemos fazer uma bandeira para o povo brasileiro, seria preciso tirar tudo que está escrito, já que dez milhões de brasileiros não sabem ler”.
Fiquei refletindo sobre durante esta semana sobre o teor das duas arguições e entendi que é preciso construir o discurso da conciliação entre essas duas falas, afinal  é  evidente que o senador Cristovam Buarque que até por ser além  de parlamentar também professor  é  conhecedor da realidade educacional no Brasil  e explicitamente quis chamar atenção para o problema do analfabetismo que  bem sabemos ser ainda um dos grandes problemas sociais no país. É bem verdade que do ponto de vista econômico já não somos meros coitadinhos, já que iniciamos a segunda década do milênio ocupando o sexto lugar entre as potencias mundiais e com previsões bastante otimistas de logo-logo ultrapassaremos a França e seremos (provavelmente) a 5ª potência mundial. Todavia quando se fala em desigualdade social, percebe-se sem dificuldade que o nosso problema está na má distribuição de renda – o que significa que também uma má distribuição de oportunidades na educação, acesso à cultura, acesso à saúde, etc. - e pela previsão da UNESCO só 40 anos alcançaremos os números desejáveis pela organização.
Podemos até nos entusiasmar de que com a efetivação do Plano Nacional de Educação – PNE é possível que os tais números desejados sejam alcançados até antes, mas é bom não nos iludirmos tanto, pois as melhorias na educação brasileira estão sendo conquistadas a passos de tartarugas. E com a “cambada” de políticos descomprometidos e desqualificados que ocupam desde as cadeiras das câmaras municipais aos mais altos cargos do poder, não dá pra confiar que educação está sendo olhada como prioridade.
Por fim é evidente que o discurso de Cristovam Buarque faz muito sentido, no entanto não dar pra ignorar o discurso do Senador Suplicy, afinal se houvesse mais amor em nosso país, haveria mais investimentos em educação, cultura, saúde, esporte... E portando mais oportunidade a todos, enfim seriamos um país menos desigual.


Prof. Antônio Marcos Ferreira