sexta-feira, 27 de maio de 2011

MOVIMENTO PELA PAVIMENTAÇÃO DA RODOVIA DO AÇAÍ (PA 407): UMA CAUSA JUSTA E NECESSÁRIA !



O município de Igarapé-Miri, cujas dinâmicas territoriais possuem fortes vocações produtivas, sobretudo no campo da agricultura, torna-se visceralmente dependente de alicerces estruturais, sob a pena de ter seus potenciais econômicos engessados e/ou relegados ao fracasso. Dona de um rico histórico de constituição já superior a 165 (cento e sessenta e cinco) anos, a “Princesinha do Baixo Tocantins” abriga 58 (cinquenta e oito) mil filhos, natos e adotivos (IBGE, 2010). E, a exemplo da formação do Brasil, um conjunto característico de riquezas culturais, étnicas e sociais, entre outras.
Tendo atravessado diversos ciclos econômicos, o “Caminho de Canoa Pequena” atualmente faz jus ao posto de “Capital Mundial do Açaí”, condição que o materializa como comunidade estratégica para as economias paraense e do Brasil. Além da atividade agrícola acima citada, Igarapé-Miri possui vocação nas áreas da pesca, aquicultura, indústria, comércio, serviço, turismo e para a economia popular e solidária, dentre outras mais, com grandes potencialidades a serem exploradas. Isso, portanto, qualifica o argumento sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura, conforme os conceitos expostos no primeiro parágrafo deste texto.
No rol das demandas infraestruturais de que carece o município, a necessidade de qualificação do transporte de pessoas e produtos pela Rodovia PA 407, elo entre a cidade de Igarapé-Miri e Vila Maiauatá (segundo maior distrito municipal, entre os 08 que compõem esse território – Lei Municipal nº. 4.948/06), apresenta-se como elemento de notória importância, dada à posição que essa estrutura de acesso ocupa na cadeia socioprodutiva miriense.
A posição estratégica que essa Rodovia ocupa na socioeconomia do município pode ser testemunhada pelos dados abaixo elencados, relativos à dinâmica funcional que envolve a referida PA 407:

O transporte de pessoas, pela PA 407 possui notória importância para a vida dos mirienses. As estatísticas da Cooperativa de Transporte Alternativo de Vila Maiauatá dão conta de que, em média, cerca de 600 cidadãos trafegam diariamente da referida Vila à Igarapé-Miri e vice-versa..

Às margens dessa Rodovia e/ou interligadas por ela atuam 06 (seis) Unidades Escolares Municipais de Ensinos Infantil e Fundamental (havendo uma que abriga o ensino médio do Estado – Escola Pólo). Não incluindo as escolas de Vila Maiauatá (que de algum modo também necessitam da PA, pelo menos para o transporte de professores, técnicos e gestores da educação e materiais diversos), aproximadamente 900 (novecentos) alunos todos os dias utilizam-se da Rodovia para o exercício de um direito humano básico e constitucionalmente referendado, a educação.

No aspecto da produção há registros de que circulam por essa Rodovia, em média, 98 toneladas de frutos de açaí diariamente (entre agosto e janeiro), o equivalente a 7.000 latas (14 kg)/dia. São 42.000 latas semanais (igual a 588 toneladas de frutos), responsáveis pela cifra de, aproximadamente, 950.000 latas em uma safra (ou 13.300 toneladas de frutos).

Do arranjo das sementes sabe-se que em 2010 apenas uma cooperativa da região escoou por essa PA cerca de 6.000 (seis mil) kg de sementes do extrativismo vegetal local para atendimento de contrato com a Natura/Cosméticos, fato que sinaliza boas perspectivas mercadológicas para o município, até para produtos antes não muito cobiçados;
A atividade de produção de cerâmica, histórica e cultural na economia do município, igualmente movimenta, em valores aproximados, 200 mil unidades a cada mês; C)Na cadeia produtiva do palmito destaca-se a Vila Maiauatá. Sua posição de pólo que articula diferentes e diversas regiões do município (e de outros vizinhos) gera uma produção anual (aproximada) de 2.688 toneladas de palmito em conserva.

A Rodovia PA 407 abriga, ainda, uma Unidade de Compostagem e Reciclagem (de resíduos sólidos), pequenos e médios estaleiros de construção naval e diversos empreendimentos comerciais familiares, estes últimos recebedores de gêneros alimentícios (em larga escala) e grandes responsáveis pelo abastecimento alimentar na região.
À luz desses apontamentos (e de muitos outros omitidos, a exemplo das diversas manifestações religiosas, esportivas e culturais que se servem dessa estrutura) torna-se evidente e justificável assegurar que a mencionada Rodovia PA 407 carece de investimentos em infraestrutura, especialmente no que diz respeito à construção e/ou manutenção de pontes (ao longo de seu percurso) e sua sonhada pavimentação asfáltica.
Nesse sentido, a constituição do “Movimento pela Pavimentação da PA 407 – de Vila Maiauatá a cidade de Igarapé-Miri” (aqui chamada, simbolicamente, de Rodovia do Açaí, dada sua posição nessa economia), de quem este texto é parte, representa um esforço integrado de um conjunto de organismos vivos da comunidade miriense (tanto da sociedade civil, quanto da esfera governamental) e que se qualifica como luta social por uma estrutura notória e estrategicamente relevante para o desenvolvimento sustentável de Igarapé-Miri: porque é preciso “desenvolver para crescer”.

(Texto produzido pelos integrantes do Movimento pela pavimentação da Rodovia do Açaí)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FEIRA DA CULTURA RIBEIRINHA/2011 SERÁ NO RIO MAIAUATÁ

O INSTITUTO CABOCLO DA AMAZÔNIA de Cultura, Educação Popular, Tecnologia Social e Desenvolvimento Sustentável – INCAM, criado em 04 dezembro de 2009, no município de Igarapé-Miri (PA), com sua abrangência territorial voltada para a Amazônia, mais especificamente a Região do Baixo Tocantins, considerando o planejamento/2011 que tem em sua agenda a realização da FEIRA DA CULTURA RIBEIRINHA DAS ILHAS DE IGARAPÉ-MIRI torna público que a III edição da referida Feira acontecerá nos dia 12 e 13 de agosto na localidade Baixo-Maiauatá - Comunidade São Benedito, com o tema: Ecologia, Cultura e Vida: Saberes e Práticas da Amazônia Miriense.
Ressaltamos que este projeto é de iniciativa do INCAM, mas necessita da parceria de outras entidades que também tem compromisso e responsabilidade nas questões apresentadas pela Feira, que apontam para uma reflexão sobre o resgate de identidade, discussão sobre educação popular, assim como discute alternativas para um desenvolvimento sustentável na região.


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ANTONIO MARCOS QUARESMA FERREIRA
P/Coordenação da Feira da Cultura Ribeirinha

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ISAAC FONSECA ARAÚJO
Presidente do Incam